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Governança de Dados: a base para decisões estratégicas, responsáveis e confiáveis

  • Foto do escritor: Vanessa Cabral Gomes
    Vanessa Cabral Gomes
  • 22 de set.
  • 4 min de leitura

Em um cenário empresarial onde os dados são o novo capital, a governança de dados se consolida como um dos pilares mais estratégicos para empresas que buscam relevância, competitividade e resiliência. Mais do que uma prática técnica, ela representa uma mudança cultural profunda, transformando dados em ativos de valor que impulsionam decisões informadas, sustentam compromissos, fortalecem reputações e ampliam a confiança dos stakeholders.


Governança de dados é o conjunto de práticas, políticas, processos e responsabilidades que asseguram que os dados sejam precisos, seguros, acessíveis e rastreáveis ao longo de todo o seu ciclo de vida. Ela garante que as informações certas estejam disponíveis para quem precisa, no momento adequado, com qualidade e confiabilidade.


É comum que empresas invistam em ferramentas sofisticadas — plataformas de BI, ERPs, CRMs — acreditando que isso resolve os desafios informacionais. No entanto, sem governança, essas ferramentas se tornam apenas repositórios elegantes de dados desorganizados.


De acordo com um estudo da IBM¹, 76% dos CEOs brasileiros confiam nos dados operacionais internos como principal fonte para decisões estratégicas, mas enfrentam obstáculos como cálculos pouco claros (44%) e dificuldade de extrair insights relevantes (41%). Isso mostra que, mesmo com tecnologia avançada, a ausência de governança transforma dados disponíveis em barreiras, não em soluções.


Ter uma ferramenta não significa ter governança. Ferramentas organizam e visualizam dados, mas não definem regras, responsabilidades, nem asseguram qualidade ou conformidade. É a governança que dá sentido ao uso dessas tecnologias, conectando pessoas, processos e estratégia. É ela que transforma dados em inteligência.


A consultoria IDC² estima que até 2025 serão gerados 163 zettabytes de dados no mundo. Sem governança, esse volume se torna incontrolável. É preciso estrutura, cultura e visão estratégica para transformar dados brutos em valor de negócio.


Empresas que investem em governança deixam de tratar dados como registros e passam a usá-los como insights acionáveis, que orientam decisões e fortalecem a competitividade. Os benefícios são claros:


  • Decisões mais assertivas e baseadas em evidências

  • Redução de riscos legais, operacionais e reputacionais

  • Maior eficiência e produtividade com processos padronizados

  • Facilidade em auditorias, certificações e relatórios de prestação de contas

  • Integração entre áreas e sistemas

  • Base sólida para inovação e transformação digital


A Governança de dados como pilar da sustentabilidade

No contexto da sustentabilidade, a governança de dados é indispensável. Os dados ESG são multidimensionais, dinâmicos e distribuídos entre diversas áreas. Sem governança, é impossível garantir comparabilidade, confiabilidade e transparência — o que abre espaço para greenwashing, inconsistência e perda de credibilidade.


Segundo estudo da KPMG³, apenas 23% dos líderes brasileiros afirmam que suas empresas têm políticas robustas para apoiar a divulgação de dados ESG. Isso compromete a qualidade dos relatórios e dificulta a tomada de decisão por parte de investidores e stakeholders. Além disso, 60% dos investidores apontam a falta de resultados mensuráveis como barreira, e 63% destacam a inconsistência dos dados como entrave para análises relevantes. A urgência de estruturar uma governança eficaz é evidente.


Esse desafio exige liderança compartilhada. O gestor de sustentabilidade traduz compromissos em métricas e metas, garante a rastreabilidade das ações e engaja as áreas operacionais. Já o CFO conecta os dados ESG à performance financeira, identifica riscos e oportunidades e assegura que os relatórios sejam consistentes, auditáveis e alinhados às exigências regulatórias.


Para o IBEF-SP, 92% dos CFOs planejam aumentar investimentos em sustentabilidade, reconhecendo que práticas ESG bem estruturadas reduzem custos, ampliam acesso a capital e fortalecem a reputação corporativa.


Nesse sentido, apresentamos algumas dicas práticas para implementar a Governança de Dados ESG:


  1. Padronize formatos e fontes de dados

    Crie um glossário comum e defina critérios mínimos de qualidade.


  2. Defina papéis e responsabilidades

    Nomeie data owners e data stewards com atribuições claras sobre os dados de sustentabilidade.


  3. Implemente rotinas de validação e limpeza

    Automatize processos para garantir dados atualizados e consistentes.


  4. Integre sistemas e áreas

    Use tecnologia para conectar dados dispersos e facilitar o acesso.


  5. Promova cultura data driven

    Capacite equipes e incentive decisões baseadas em evidências.


  6. Adote frameworks reconhecidos

    Utilize GRI, SASB, TCFD e IFRS S1/S2 para garantir comparabilidade e conformidade.


Dados estruturados: a chave para relatórios consistentes e reputação sólida

Cada vez mais os Relatórios de Sustentabilidade estão evoluindo para apresentarem dados estruturados, comparáveis, auditáveis, confiáveis e materialmente relevantes. A governança de dados é o que garante essa estrutura, permitindo que as empresas comuniquem seus compromissos com clareza, demonstrem resultados com precisão e fortaleçam sua reputação no mercado.


A adoção das normas IFRS S1 e S2 é um divisor de águas nesse processo. Elas conectam sustentabilidade à lógica financeira, permitindo que investidores avaliem riscos e oportunidades com precisão. Nesse sentido, a atuação conjunta dos gestores de sustentabilidade e finanças é essencial. Enquanto um garante a integridade dos dados ESG, o outro assegura sua conexão com a estratégia e os resultados financeiros. Juntos, estruturam relatórios que ampliam a confiança dos stakeholders e posicionam a empresa como protagonista, refletindo a realidade da empresa e não apenas intenções.


Em um mercado cada vez mais orientado por dados e propósito, as empresas que investem em governança e tecnologia  estarão à frente na corrida por relevância e credibilidade. A governança de dados é o que separa o discurso da prática — e a promessa da entrega.


Sua organização está pronta para dar esse passo?


Fonte dos dados:

 

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