5 perguntas para liderar o futuro

Por que algumas empresas avançam em sustentabilidade enquanto outras ficam para trás? A resposta está menos em discursos e mais nas perguntas que a liderança se faz – e, principalmente, nas ações que essas perguntas provocam. Em um cenário de mudanças regulatórias, pressão de stakeholders e transformação cultural, líderes que questionam, escutam e aprendem são os que realmente preparam suas organizações para o futuro.

A seguir, trazemos cinco perguntas essenciais para provocar reflexão e orientar decisões estratégicas. São questões que toda liderança deveria fazer – e responder com honestidade – se quiser transformar sustentabilidade em vantagem competitiva e legado positivo.

Segundo o Panorama Sustentabilidade 2025¹, 76% das empresas brasileiras já adotam práticas sustentáveis com algum grau de maturidade, mas apenas 72% afirmam que a sustentabilidade faz parte da estratégia do negócio. O dado revela um avanço, mas também um alerta: ainda há muitas organizações tratando o tema como projeto paralelo, sem conexão real com decisões de investimento, inovação e gestão de riscos.

Empresas que integram sustentabilidade à estratégia capturam valor em mercados cada vez mais regulados e conscientes. Não por acaso, 75% das empresas mais maduras em sustentabilidade percebem diferenciação clara em sua oferta de valor e 82% relatam acesso a novos mercados. O desafio? Demonstrar retorno financeiro, citado por 58% dos executivos como principal obstáculo – o que exige integração com áreas financeiras e comunicação orientada a valor.

Reflexão: Sustentabilidade é parte do core business ou apenas uma iniciativa de marketing? Como as decisões estratégicas refletem esse compromisso?

Medir impactos vai além de acompanhar resultados operacionais: trata-se de entender as transformações reais que nossas ações provocam no meio ambiente, na sociedade e na economia. Indicadores de impacto revelam se estamos contribuindo para a regeneração de ecossistemas, a redução de desigualdades ou o fortalecimento de comunidades. Eles são essenciais para orientar decisões, demonstrar responsabilidade e atender às expectativas de stakeholders que buscam propósito e legado. A pergunta não é apenas o que melhoramos internamente, mas o que mudamos no mundo lá fora.

Reflexão: Quais indicadores usamos para medir nossos impactos em no meio ambiente, nas pessoas e na economia?

Transparência é um ativo estratégico. Um estudo recente da Edelman² mostra que empresas continuam sendo a instituição mais confiável no Brasil (62%), mas a confiança é frágil e pode ser rapidamente abalada por incoerências entre discurso e prática. O risco do “greenwashing” é real: 72% dos brasileiros acreditam que líderes empresariais, em algum momento, enganam de propósito ao comunicar sobre sustentabilidade.

A confiança é construída com dados verificáveis, coerência entre discurso e prática e engajamento contínuo. Relatórios, campanhas e posicionamentos precisam refletir práticas reais. Caso contrário, o risco é claro: “greenwashing” e perda de reputação.. Empresas que investem em comunicação transparente e engajam stakeholders de forma autêntica fortalecem sua licença social para operar.

Reflexão: Como garantimos que nossa comunicação é fiel à realidade? Estamos preparados para ouvir e responder a questionamentos públicos e auditorias externas?

A agenda regulatória avança rapidamente. A adoção das normas IFRS S1/S2 e a precificação de carbono são exemplos de tendências que já impactam o ambiente de negócios. Empresas que se antecipam reduzem riscos de penalidades, atraem capital e fortalecem sua posição no mercado. Hoje, apenas 20% das empresas seguem padrões contábeis sustentáveis e 13% adotam precificação de carbono. O dado revela uma oportunidade: priorizar práticas de alto impacto e avançar com base em dados confiáveis é um passo estratégico para alinhar propósito, risco e resultado.

Reflexão: Estamos acompanhando as mudanças regulatórias e nos preparando para elas? Nossos processos e relatórios atendem aos requisitos de investidores e órgãos reguladores?

Políticas e metas não bastam se a cultura não reforça comportamentos responsáveis. O Global Culture Report 2025³ mostra que apenas 62% dos colaboradores brasileiros sentem que o bem-estar é prioridade em suas empresas, e 31% afirmam estar apenas “sobrevivendo” no trabalho, sem engajamento ou propósito.

Cultura é o que garante que a sustentabilidade não dependa apenas de um departamento, mas seja parte da estratégia do negócio. Isso exige liderança pelo exemplo, capacitação e incentivos alinhados. Empresas que investem em cultura de sustentabilidade têm 7 vezes mais chances de reter talentos e 8 vezes mais chances de promover inovação.

Reflexão: Como a liderança inspira, acolhe e personaliza o desenvolvimento de talentos para a sustentabilidade? Reconhecemos e celebramos comportamentos alinhados ao nosso propósito? Liderar é perguntar, escutar e agir.

As exigências de mercado e sociedade estão cada vez mais complexas. Liderar com perguntas é o primeiro passo para transformar desafios em oportunidades. Empresas que se destacam são aquelas que integram sustentabilidade à estratégia, medem e comunicam impactos com transparência, antecipam tendências regulatórias e cultivam uma cultura de aprendizado contínuo.

Sua empresa está preparada para responder com consistência e liderança? A Coera é parceira de líderes que querem transformar suas organizações, oferecendo soluções para integrar a sustentabilidade ao seu modelo de negócio, fortalecendo a confiança das partes interessadas e ampliando a reputação por meio de narrativas consistentes, transparentes e alinhadas à estratégia corporativa.

Vamos juntos transformar perguntas em resultados?

Fonte dos dados:

¹ Panorama Sustentabilidade 2025

² Edelman Trust Barometer 2025

³ Global Culture Report 2025