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Foto do escritorVane Cabral Gomes

Construindo Relatórios de Sustentabilidade: um guia para empresas responsáveis

Atualizado: 7 de nov.

A hiper transparência tem se destacado como uma tendência central na sustentabilidade, reforçando a importância de relatar o desempenho nessa área para conquistar a confiança das partes interessadas e o reconhecimento no mercado de capitais. À medida que as práticas sociais, ambientais e de governança ganham força nas estratégias empresariais, fica claro que reportar apenas o desempenho financeiro não é mais suficiente. Os usuários desses relatórios buscam informações de sustentabilidade que sejam essenciais, mensuráveis, comparáveis, confiáveis e tempestivas. Como resultado, surgem regulações e normas que promovem a transparência e a credibilidade, ampliando a usabilidade dos relatórios de sustentabilidade.


As Normas GRI foram pioneiras na definição de padrões para relatos de sustentabilidade, focando nos impactos das organizações na sociedade e no meio ambiente. Desde 2021, novas iniciativas internacionais têm se destacado, lideradas pela International Financial Reporting Standards Foundation (IFRS) através do International Sustainability Standards Board (ISSB), com a proposta de unificar diversas iniciativas, como CDSB, Relato Integrado, SASB, e TCFD. No Brasil, a CVM, o Comitê Brasileiro de Pronunciamentos de Sustentabilidade (CBPS) e o Conselho Federal de Contabilidade lançaram normas alinhadas com as diretrizes da IFRS, transformando a forma como os relatórios são concebidos e divulgados.


Este guia oferece informações fundamentais tanto para iniciantes quanto para profissionais experientes na elaboração de relatórios de sustentabilidade. Apresentamos um passo a passo detalhado, com dicas para organização interna e links para as principais normas vigentes no Brasil.


Ciclos de relato – antes, durante e depois do relatório


Antes do Relatório

Cadeia de valor: mapeie todas as atividades e os envolvidos no desenvolvimento de produtos e serviços, desde a concepção até o pós-venda. Esse mapeamento facilita para identificar melhorias, reduzir custos e aumentar a eficiência, bem como auxilia no mapeamento dos impactos, riscos e oportunidades de sustentabilidade. Isso também garante maior transparência e colaboração com fornecedores e parceiros.

Dupla materialidade: esta abordagem considera tanto os impactos sociais e ambientais da empresa quanto as informações financeiras que podem influenciar decisões de stakeholders. Adotá-la demonstra um compromisso com a criação de valor a longo prazo.

Impactos, riscos e oportunidades: identifique e avalie cuidadosamente os impactos do negócio ao longo da cadeia de valor e especifique os riscos e as oportunidades que possam afetar a capacidade da empresa de gerar valor financeiro à curto, médio e longo prazo.

Responsabilidades e estratégia: com a materialidade em mãos, defina claramente as responsabilidades das áreas e desenvolva uma estratégia de sustentabilidade alinhada à estratégia do negócio.

Métricas e metas: estabeleça métricas claras para cada impacto, risco e oportunidade, identificando indicadores relevantes, mensuráveis e alinhados com as estratégias da empresa. Quando possível, estipule metas ambiciosas para medir o progresso e o impacto das iniciativas de sustentabilidade.

Gestão de dados e processos compartilhados: implemente sistemas para gestão e análise dos indicadores de sustentabilidade, torando os dados gerenciáveis e acessíveis ao longo de todo o ano.

Processos e fluxos de trabalho compartilhados: promova a colaboração entre diferentes áreas da empresa, com a definição de processos e fluxos de trabalho claros, integrados e permanentes.


Durante o Relatório

Comitê gestor: forme um grupo multidisciplinar para gerenciar o desenvolvimento do relatório, assegurando que atenda às expectativas internas e externas.

Definição do escopo: estabeleça claramente os objetivos e alcance do relatório, alinhando-os com as preocupações dos stakeholders.

Engajamento interno: envolva todos os setores na coleta de dados, garantindo compromisso com a transparência, integridade e rastreabilidade das informações.

Coleta e análise dos dados: assegure que os dados sejam precisos e consistentes, coletados de fontes confiáveis e rastreáveis. Incentive os respondentes a ofereceram uma análise dos dados, incluindo a descrição de sucessos, fracassos, tendências e insights relevantes para o desempenho sustentável da empresa.

Apresentação dos resultados: busque parceiros para auxiliar na apresentação textual e visual dos resultados, de forma clara e envolvente aos stakeholders.


Após o Relatório

Análise de GAPs e melhoria contínua: identifique internamente e convide os parceiros a apontarem as lacunas no processo de relato e na gestão e desempenho de sustentabilidade. Implemente melhorias contínuas nos processos de relato.


Conclusão

Elaborar relatórios de sustentabilidade eficazes exige um processo estruturado que inclua a definição correta dos temas materiais, coleta cuidadosa de dados, análise minuciosa e apresentação clara dos resultados. A transparência, precisão e consistência são essenciais para fortalecer a confiança e reputação da empresa.

Os Relatórios de Sustentabilidade não apenas evidenciam o compromisso com a integridade e a longevidade das empresas, mas também atraem investidores e parceiros alinhados com esses objetivos. Com o aumento da conscientização sobre ESG, esses relatórios se tornam cada vez mais essenciais na comunicação corporativa e na tomada de decisões.


Principais normas nacionais e internacionais de relato









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